sexta-feira, 8 de novembro de 2013

SESC POMPEIA, DE LINA BO BARDI

*Graduando em Arquitetura e Urbanismo pelo Mackenzie
Pouco tempo antes, Paris acabava de inaugurar o Centro Georges Pompidou. O mundo começava a acreditar em alternativas para a arquitetura moderna. E aqui no Brasil, Lina Bo Bardi apresentava o SESC POMPEIA. Estranho, custoso, frio, aconchegante, bruto, fora de escala, delicado e estranhamente familiar. Sem dúvidas, um choque! 

Instalado em uma antiga fábrica de tambor, o Sesc tem uma linguagem pastante particular. Um desenho que se adapta à uma pré-existência industrial, mudanças bruscas de escala, cores, etc...Mas talvez o que mais impressione, sejam as paredes que foram desveladas por Lina, após descobrir que a velha fábrica possuia uma estrutura moldada por um dos pioneiros do concreto armado no início do século XX, o francês François Hennebique. Essa descoberta/revelação dá ao conjunto um valor especial. 

A principal entrada, é uma rua aberta que conduz o pedestre de forma natural para dentro do centro cultural. Lá a gente pode encontrar o restaurante público com mesas coletivas, as atividades a céu aberto, o deck de madeira, os sofás públicos, a choperia, o teatro, piscinas e quadras. Um verdadeiro oásis em maio à barbárie de desconforto urbano da sofrida São Paulo. 

O bloco esportivo abriga quadras e piscinas. Duas torres de concreto aparente, uma com “buracos de caverna” ao invés de janelas, outra com janelas quadradas distribuidas “aleatoriamente” pelas fachadas. Ao lado, uma terceira torre cilíndrica de 70 metros de altura, também em concreto aparente. Ligando as duas torres, entre os vestiários e as quadras, 8 passarelas de concreto protendido vencem vãos de até 25 metros.

A choperia instalada nos antigos galpões, tem um desenho simples mas bastante aconchegante. Se por um lado, a sequência de pilares atrapalha a vista de quem está sentado nas mesas laterias ao palco, a pista de dança logo em frente ao palco dá toda liberdade para os mais corajosos “caírem” na dança. O desenho dessas mesas de concreto e madeira tem um aspecto bastante rígido, mas nem por isso, desconfortáveis. 

O teatro é uma experiência a parte e assim como a choperia, este foi instalado nos galpões antigos da fábrica. A mistura do tijolo aparente, confreto bruto, cobogós e madeira cria um ambiente bastante simples. O desenho é claro e objetivo. Dentro do auditório, as cadeiras de madeira são confortáveis, apesar do espaço entre cada fileira ser bastante estreito. Mas o charme especial fica por conta da configuração da platéia, que é dividida pelo palco central. 

Uma experiência única. Morar ou visitar São Paulo e não conhecer o Sesc Pompéia é  perder a chance conhecer sobre a história da cidade e história da Arquitetura Paulistana. Nesse projeto, Lina celebra o respeito ao antigo e a força do novo.

Antiga fábrica da Pompeia
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Entrada pela rua principal
Bloco esportivo
Choperia
Foyer do teatro
Teatro
Área de exposições

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