sexta-feira, 29 de novembro de 2013

NO MEU VÃO, NINGUÉM METE A MÃO!

*Graduando em Arquitetura e Urbanismo pelo Mackenzie

O texto de hoje traz, mais uma vez, a discussão sobre os espaços públicos de nossas cidades. Isso se deve, em partes, pela polêmica levantada pelo jornal O Estado de São Paulo a respeito do "fechamento" do vão livre do MASP. Para os colegas que não conhecem, o MASP tem um dos maiores acervos da América Latina e o edifício que abriga este acervo é, sem dúvida, um marco da Arquitetura Brutalista. Como esse texto não pretende falar detalhadamente sobre o museu, e sim sobre o espaço público que seu projeto oferece pra cidade, vou deixar apenas uma foto, como referência visual do projeto.


Como o nome do post já diz (nome retirado de uma comunidade criada no Facebook, devo dizer), a principal discussão está em torno do vão do MASP. Percebe-se claramente que um dos aspectos que tornam esse prédio incrível é o grande vazio sob o volume de exposições. Uma incrível área livre em plena avenida Paulista, que serve de palco para inúmeras atividades como feiras, eventos, performances, shows, tráfico de drogas etc... Para essa discussão, eu trago alguns trechos de um artigo do professor e crítico de arquitetura Abílio Guerra. O texto na íntegra pode ser lido no Portal Vitrúvius. Espero que a leitura desse texto possa despertar reflexões acerca do tema.

"...O edifício do Masp, uma instituição privada de interesse público, foi construído sobre um terreno público. Até onde eu sei, o terreno continua público até hoje. Sendo assim, a população de São Paulo, através dos poderes constituídos, autorizou o Masp usar um espaço urbano pertencente à cidade para construir seu edifício e tem autorizado, ao longo dos anos, que a instituição ali desenvolva suas atividades. Por má fé ou ignorância, o editorialista e curador escamoteiam a situação, dando a entender que o Masp tem feito uma gentileza para a cidade ao abrir seu terreno para uso coletivo. Ao invés de agradecer a cidade e a sociedade por esta concessão, a direção do Masp, na figura do seu curador, tenta denegrir a imagem de uma instituição séria como o Iphan e manifesta o desejo de fechar o vão livre do edifício, decisão à qual não tem direito moral ou legal..."

http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/14.160/4961

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