sábado, 2 de novembro de 2013

CONTOS DE FADAS - SÉRIE - PARTE 1

* Professora da Educação Básica e mestranda em Educação pela Unesp

Não sei quantos de vocês já se atraíram ou ainda se atraem por “Contos de fadas”. Convido vocês, caros leitores, a comigo refletirmos sobre essa temática. Também não sei quantos de vocês leem e/ou contam histórias de contos de fadas a seus filhos, enteados, netos, sobrinhos, afilhados, vizinhos, alunos. Tampouco sei se alguma vez alguém contou pra vocês uma destas histórias. 

Elas são universais, passam de geração a geração e circulam pelo mundo inteiro. Muitas são apresentadas às crianças por meio da mídia televisiva, algumas delas cinematográfica, que além de desenhos animados, lançam filmes. No entanto, gostaria de enfatizar que nada substitui a leitura dessas narrativas por meio de um livro de literatura infantil e também a “gostosura” de ouvir uma contação de um desses contos.


Fato curioso é que essas histórias não foram criadas para a infância, mas para a juventude, tendo como principal objetivo orientar as moças e, em alguns casos, os rapazes, por isso apresentam a “moral da história”. Narrativas essas, em grande parte, originárias de países europeus, onde o cenário é facilmente identificado por bosques muitas vezes descritos como sombrios, propiciando uma série de aventuras perigosas aos grandes heróis e heroínas, principalmente príncipes e princesas, inclusive por conta dos castelos daquelas regiões, mescladas a este mundo real, observamos a presença de personagens fictícias como fadas, bruxas, ogros, e também de objetos mágicos: varinhas de condão, tapetes voadores, espelho que fala, dentre outros. 
                       

Para todos que pretendem aprofundar no assunto, indico-lhes a leitura do livro “A psicanálise dos contos de fadas”, de Bruno Bettelheim. Além de termos a oportunidade de ler os contos originais mais famosos, também temos o privilégio de compreender as tipologias e os simbolismos constituídos nestes textos, pois o autor traz as interpretações sob a ótica da psicanálise. Para os amantes da literatura e da psicologia, a leitura desta obra torna-se imprescindível. Vocês irão se surpreender “o que há por traz dos contos de fadas”. 

                                      

Nos contos originais há muito “sangue e dor”, como dizem os estudiosos, comparados a histórias de terror, com finais trágicos.
Talvez vocês estranhem este comentário por somente conhecerem a célebre frase: “E viveram felizes para sempre”, mas saibam que tudo precisou ser adaptado para que estas histórias chegassem às pequeninas mãos, isso explica a “Walt Disney Company” produzir somente as versões adaptadas dos contos de fadas, que acabam por fazer muitas crianças viajarem neste mundo mágico da tecnologia que propicia o movimento das imagens, visto que pelo livro isso não é possível.

                

Vale dizer que em pleno século XXI têm surgido muitas versões destes contos, mais conhecidas como “histórias às avessas”. Um livro que contrapõe a obra de Bettelheim é a do casal Corso, “Fadas no divã”, que também trazem conceitos psicanalíticos, porém, de maneira contemporânea e com personagens mais atuais, como o Snoopy, a Mafalda, o Harry Portter, o Calvin, além dos próprios contos clássicos infantis.

               

Leituras e discussões a respeito dos “Contos de fadas” fazem com que nos tornemos leitores atentos, pesquisadores experientes, enfim, agentes literários mais críticos a este gênero.
Convido-os a continuarmos este estudo até o nosso próximo encontro.
Grande abraço!

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