terça-feira, 8 de outubro de 2013

Pasárgada, Hiperurânio e Nova Jerusalém

*Jornalista e escritor
E viva a vida! Que bom que estamos respirando, não é minha gente? Medo do lado de lá!

Pois é, com esta história de a gente arrumar coisas para se divertir enquanto a vida passa, nesta semana estarei envolvido em mais uma Semana de Arquitetura do Centro Universitário UniToledo – Araçatuba/SP e com o Fórum de Mobilidade Urbana, promovido pelo jornal Folha de S. Paulo, na PUC/SP.


No UniToledo, o que mais me entusiasma é a palestra “Arquitetura, Cultura e Meio Ambiente”, ministrada pelo Arqto. Rodrigo Mindlin Loeb, neto de José Mindlin - grande bibliófilo brasileiro, um dos responsáveis pela nova biblioteca da USP, Brasiliana, que abriga o acervo do avô, doado ainda em vida por ele à Universidade de São Paulo.


Já no Fórum de Mobilidade Urbana, toda programação está para lá de sedutora. Isso porque serão discutidos temas que pensam a cidade sob vários aspectos, que beneficiam ao coletivo, a um universo maior de pessoas. Além, é claro, da presença de nomes importantes da Arquitetura e Urbanismo no Brasil, como Jaime Lerner, Marcio Kogan, Regina Meyer, Raquel Rolnik, Candido Malta, José Armênio de Brito Cruz, entre outros... Também porque coaduna com a pós-graduação em Arquitetura e Cidade, na qual estou mergulhado, e que contribuirá com meu TCC.

O curso de Arquitetura e Urbanismo era algo com o qual eu sonhava há anos, bem antes de ingressar no magistério. Como fazia parte de um esmagador universo brasileiro, onde os sonhos de educação eram subordinados à precária vida de cidadão pobre, esse sonho somente pôde ser realizado agora. Mas como diz o poeta português Sebastião da Gama, “pelos sonhos é que vamos...”; cá estou, prazerosamente, envolvido nos últimos anos nessa minha saga de me tornar arquiteto e urbanista; de pensar e possibilitar uma cidade melhor para todos nós, na qual o espaço público seja o grande responsável para minimizar os ranços das classes sociais, como preconizado na antiga Grécia.

Talvez, para alguns, isto seja a Pasárgada de Bandeira, o Hiperurânio platônico, a Nova Jerusalém bíblica... Mas se nem tudo é possível de ser feito, também é verdade que é exequível fazer um pouco mais. E é nesse misto de utopia e de pragmatismo a que nos lançamos com ideal e afinco. Afinal, o trabalho do arquiteto e do urbanista também é composto pela utopia e idealismo.

Na próxima semana vou continuar falando sobre isso: as utopias e sonhos na questão da habitação e na busca de uma cidade melhor para todos. Forte abraço e até lá!

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