quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O público que muda a audiência

* Professora Universitária e mestre em Mídias Digitais

Se você já sonhou em ficar em casa para fugir do trabalho, do estresse do dia a dia e assistir a um filme na “Sessão da Tarde”, não adie esse sonho; realize-o já! Isso mesmo, os canais de tevê aberta pensam diariamente no rumo que vão dar às sessões de filmes.

Embora mais da metade da população ainda tenha como única opção a tevê aberta. A maioria das emissoras pensa em extinguir sessões de filmes e o motivo claro é a audiência que diminui a cada dia e tornaram-se alvo da concorrência. A tevê paga pirataria serviços de vídeo sob demanda.  Os principais canais de tevê aberta, como Globo, Record e SBT,  perderam quase a metade de seu público nos últimos 8 anos e isso provoca uma reflexão sobre o que oferecer ao público para atrair sua atenção.


A tevê Globo pensa em despejar da sua grade a “Sessão da Tarde” (no ar desde 1974) e estuda o futuro da Tela Quente, o SBT já pensa em abrir mão do pacote que da exclusividade aos longas do Harry Potter e na Record nem o investimento pesado em Avatar para o “Tela Máxima”, salvou a audiência.


Às emissoras cabe verificar o que lhes é conveniente ou não; a nós, analisar as mudanças que estamos vivendo. Será que o verdadeiro motivo não está na qualidade e objetivo dos programas oferecidos? Hoje temos acesso a vários tipos de programação; as emissoras já se tornam especificas de acordo com o público de interesse, mas no fundo quem mudou foi o público.

Com tantos tipos de linguagens, a escolha fica por nossa conta, optar entre teatro, cinema, televisão ou internet. Houve o tempo em que se acreditava que o teatro estava morrendo por causa do cinema; depois, que o cinema estava morrendo por causa da televisão; e, mais recentemente, que a televisão iria morrer por causa dos videotapes e, em seguida, pelos DVDs; os DVDs iriam morrer logo por causa da internet. Agora, vivemos a invasão da internet em todos os meios: computador, tevê, rádio, filmes, celulares, tudo foi invadido pela rede que, de tão social, está pondo fim a tantas formas de convívio. Não há como negar os benefícios que a Era Digital trouxe, mas há que se pensar nos prejuízos que estão por vir. 

Enquanto a sociedade muda, as pessoas deixam de frequentar locais que, com certeza lhes fariam bem, para se trancar em casa e ter acesso ao mundo que é possível acessar entre as quatro paredes. Se você é um desses, ou está prestes a se render a essas facilidades, lembre-se de que pessoas sempre serão boas ou más, bacanas ou chatas, atraentes ou não, sempre foi assim, somos humanos, não devemos nos condenar à solidão; devemos, sim, buscar lugares que nos modifiquem, nos deixam melhores, acrescente nos façam sentir alegria. A minha sugestão é que, independente do meio, busque algo que o faça melhor, mais doce, mais amoroso, mais amigo e mais humano.

Bem, ainda há muito que se pensar e discutir sobre o futuro do cinema, mas o fato é que ele não morrerá se não o abandonarmos.

Finalizamos o mês de outubro, festejando o mês das crianças e dos professores. Que venham, em novembro, novos temas, novos textos e, com certeza, muitos novos filmes.

Fica a dica: vamos Cinemar muito em novembro....

Um comentário:

  1. Gostei muito desse final, contestador, para que cada um acione a função "manual" e não fique preso o seu controle remoto pessoal.
    O advento das tecnologias e as rotinas cotidianas proporcoinaram uma condição favorável a não sociabilziação. A rede social oferece uma condição antisocial e o conteúdo entregue no conforto do seu lar afastou as pessoas dos relacionamentos interpessoais.
    Buscar caminhos óbvios é buscar o novo, como uma saída ao cinema ou uma apresentação de música ao ar livre de algum compositor desconhecido.
    Sem mais sermões. Texto ótimo!

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