segunda-feira, 28 de outubro de 2013

MÚSICA ERUDITA BRASILEIRA

* Educadora Musical e Regente de Coral, formada pelo Instituto Tatuí

Olá pessoal, tudo bem?

Gostaria de conversar com vocês nessa semana e na semana que vem sobre a nossa Música Erudita Brasileira. 

Muito se fala sobre a nossa música popular e suas influências, mas grande parte, inclusive de músicos, desconhece as obras, os compositores e a história da Música Erudita Brasileira.

Assim como grande parte da cultura brasileira, nossa música e seus componentes de formação foram herdados de fora. É sabido que durante muitos anos as tendências na cultura, vestimenta e práticas sociais brasileiras foram ditadas pela Europa. Somente com o passar do tempo é que a influência das contribuições indígenas, africanas e de imigrantes fez surgir o eclético perfil brasileiro.

Ao mesmo tempo em que a riqueza de tantas influências agrega beleza e diversidade à cultura brasileira, ficamos desalinhados do que realmente nasceu no Brasil, especialmente no que diz respeito à cultura musical erudita brasileira, tão pouco divulgada. 

Período Colonial

O ensino musical ao longo desse período remete às Casas da Companhia de Jesus, que procuravam catequizar os nativos. A música e o teatro estavam ligados à igreja e à catequização. Eram obrigatórias, impostas pelos Jesuítas, com a pretensão de disseminar a cultura ocidental.   

Um dos compositores clássicos que mais influenciou os grandes mestres brasileiros foi Haydn.

A música erudita brasileira originou-se da música sacra, mas uma vertente tipicamente brasileira surge: a modinha. Aqui uma mostra dessas modinhas:

http://www.youtube.com/watch?v=95eWsl0C3fI

É nítida a influência europeia em nossas modinhas.

A partir do séc. XIX, a música sacra perdeu força de sua influência para a ópera italiana, que inspirou grandes compositores brasileiros, especialmente Carlos Gomes. Em suas obras podemos observar a mistura do romantismo europeu e traços claros brasileiros. Vamos ouvir uma peça de Carlos Gomes para canto e piano: “Suspiro D’alma” – para canto e piano: 

http://www.youtube.com/watch?v=9Anp45c2JQE

O folclore era o tema mais buscado na expressão musical. Na Semana de 1922 destacou-se essa tentativa de buscar a identidade cultural brasileira através do folclore, já muito presente na literatura da época. 

Nacionalismo

A partir do séc. XIX surgiram as canções com a temática nacionalista. Tinham em sua base de criação temas originais e melodias autenticamente populares. Mas, em meio a esse nacionalismo, alguns compositores brasileiros mantinham-se fiéis aos moldes europeus, como sendo expressão de requinte e superioridade musical.  Foi nesse momento da história erudita brasileira que Richard Wagner e Franz Liszt passaram a ser seguidos, eram os mestres da época.

Na verdade, essa escola nacionalista ganhou maior força a partir do séc. XX. Não podemos deixar de destacar o nome mais importante desse período musical brasileiro de grandes transformações: Heitor Villa-Lobos. Foi ele quem propagou nossa música clássica, fora do país. 

Heitor Villa-Lobos


Nasceu no Rio de Janeiro em 05/03/1887 e faleceu no Rio de Janeiro em 17/11/1959. 

Foi seu pai, Raul Villa-Lobos, um músico amador, o seu primeiro professor de música.  Por meio de uma viola adaptada, seu pai iniciou seu filho Heitor nos estudos de violoncelo. Quando perdeu o pai, aos 12 anos, Heitor, como músico profissional, passa a tocar violoncelo em teatros, cafés e bailes. 

Heitor era fascinado pela música dos “chorões” – música popular do Rio de Janeiro, por isso também desenvolveu seus estudos no violão. 

Através de Villa-Lobos e sua vasta obra o Brasil é lembrado, interpretado e reconhecido em suas obras eruditas. Quem não conhece sua maravilhosa obra, interpretada por inúmeros músicos, cantores, corais e orquestras nacionais e estrangeiras: “O Trenzinho do Caipira”?  

Gostaria de compartilhar com vocês a interpretação dessa obra pelos Grupos de Referencia do Projeto Guri, com o coro: O Trenzinho do Caipira (Bachianas Brasileiras II), Heitor Villa-Lobos: 


Heitor Villa-Lobos é um dos brasileiros eruditos mais tocados em todo o mundo. Vamos ouvir mais uma preciosidade de sua criação. Aqui temos sua obra executada pela Filarmônica de Berlim, sob a regência do maestro Gustavo Dudamel, e cantada pela soprano porto-riquenha Ana Maria Martinez:

Bachianas Brasileiras nº 5, de Heitor Villa-Lobos – Aria:


Cirandinhas – Heitor Villa-Lobos: Marcelo Bratke & Camerata Vale Música - Villa-Lobos - Cirandinhas - Nesta Rua Tem Um Bosque - Auditório Ibirapuera:


Conhecemos um pouquinho de nossa Música Erudita Brasileira, mas na próxima semana falaremos mais sobre outros importantes compositores.

Ótima semana para todos.

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