sábado, 5 de outubro de 2013

ESPELHO DA VIDA

*Jornalista e Turismólogo
Se tem uma coisa que me comove é a morte de gente jovem. Não vejo a passagem como final, até mesmo por minha formação religiosa, mas quando nos deparamos com o passamento de uma pessoa jovem, cheia de planos, acabo ficando abalado. Nesta sexta-feira (4), quis o destino que uma moça de 21 anos fosse morar com Deus em um acidente que vitimou quatro pessoas.

Fico pensativo, pois estes fatos me colocam de frente para o espelho do destino. E, nele, vejo a nossa finitude. Gostaria de ser como o doce Ivo Salvini, personagem de “A voz da lua”, de Frederico Fellini. O personagem, interpretado pelo comediante italiano Roberto Benigni, que veio a brilhar depois em “A vida é bela”, ouve a voz da lua no fundo do poço como se fosse a voz do destino.

Adoraria ser como o louco que não se incomoda com as manchetes dos jornais, cada vez mais fúnebres. Ou, pelo menos, gostaria de ser mais um do grande exército de pessoas que se divertem com o ‘quanto pior, melhor’. São as pessoas sem alma que dão audiência à mídia que cada vez mais faz espetáculo com o que há de pior em nossa história social.

A dor da perda ainda me comove e os sonhos ceifados me entristecem. Mas, como bem disse Clarice Lispector, “uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio "apesar de" que nos empurra para a frente”.

Se é assim, então vamos!

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