sábado, 10 de agosto de 2013

O AMOR DE CARMEM

*Jornalista e Turismólogo
“O amor é um filho cigano, ele nunca ouviu falar de leis. Se você não me ama, eu amo você. Se eu te amo, tome cuidado consigo mesmo.” Este é um dos refrões mais conhecidos da ópera Carmem, de Georges Bizet. Repetido por diversas vezes pela personagem principal, ele revela a personalidade forte desta mulher que era adorada pelos homens do porto. Carmem gosta de reafirmar que se torna perniciosa quando se apaixona por alguém. E esta fala sempre me leva a refletir sobre o quanto ficamos cegos quando queremos muito alguém ou alguma coisa.


Neste estado de ‘enamoração’, ficamos cegos e vencemos barreira. É o amor que move o mundo! E não falo apenas da veneração de muitos pela alma gêmea, pois existem também, com o mesmo peso, o amor por si mesmos, ao dinheiro, ao trabalho e ao poder. Pelo objeto de nosso desejo é que trabalhamos, inventamos novas e melhores formas de fazer as coisas e, pelo amor à vida, inventamos as artes e a medicina.

E para reforçar o que digo, a você leitor que bravamente chegou até a este parágrafo sem xingar o pobre escritor, invoco um livro de que tanto amo. Quero falar de “Utopia e Paixão”, de Roberto Freire e Fausto Brito. Eles fazem uma ode à força de vontade que nos toma quando realmente queremos algo. Defendem que temos que ser tomados pelo amor a algo para continuar. De outra forma, nos tornamos robôs repetidores de gestos e palavras.

Temos que invocar este pássaro rebelde para que tenhamos uma vida dignamente produtiva. Só devemos ter cuidado por não amar demais, pois ele nos cega para o que acontece à nossa volta. E assim como Carmem, colocamos o objeto do nosso amor em perigo. Assim, amemos, mas com moderação.

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