sábado, 20 de julho de 2013

A oralidade e a literatura infantil: da contação à leitura - Parte 4

*Professora da Educação Básica e mestranda em Educação
Atualmente, a literatura infantil pode servir-se de muitos artifícios para capturar os pequenos leitores, na verdade, já reconhecidos como exigentes, sendo isto possível por meio de capas coloridas, títulos esfuziantes, imagens empolgantes, enfim, basta que a criança viva a sua influência, lembrando-se que os mesmos livros podem exercer influências distintas nas crianças, que gostam de histórias ricas de conteúdo humano, daí a explicação pela busca de livros tão diversificados. 


Diante do desaparecimento da infância, período moderno em que a criança volta a ser apressada para o mundo adulto, onde a infância é tida como fase efêmera da vida, verdadeiro contraste entre a adultização da criança e a infantilização do adulto, faz-se necessário, o resgate da criança e do próprio adulto. E é pelo fato de os tempos serem outros, que é preciso saber que tipo de leitura oferecer às crianças, que tipo de histórias proporcionar, sugerindo inclusive, uma literatura de base universal ligada pela facilidade das comunicações internacionais.

A literatura infantil possibilita momentos prazerosos na complexa tarefa do ensino-aprendizagem da Linguagem Oral e Escrita e contempla três relevantes aspectos: o recreativo, o moral e o instrutivo. A escola pode e deve ajudar a compor práticas adequadas de leitura e técnicas de contação de histórias, que despertem o gosto de ouvir, contar, recontar, ler, reler, escrever e reescrever histórias, sem se esquecer da importância do contato sensorial da criança com os livros, antes de dominar a leitura e a escrita convencional. O livro infantil tem que tornar significativo à criança, despertando a mesma satisfação sentida pelo brinquedo olhado, tocado e manuseado.
              

A teoria de Vygotsky concebe o desenvolvimento humano a partir das relações sociais que a pessoa estabelece no decorrer da vida e o processo de ensino-aprendizagem também se constitui por meio de interações que vão acontecendo nos diversos contextos sociais. A escola deve ser considerada um lugar privilegiado de sistematização do conhecimento, tendo o professor como um articulador na construção do saber. A literatura consegue promover essa interação. A narrativa pode e deve ser a porta de entrada de toda criança para os mundos criados pela literatura.


Todos os profissionais da educação precisam reconhecer os benefícios que a literatura infantil produz no desenvolvimento infantil, portanto, serve de instrumento para o indivíduo expressar sua percepção de mundo, conhecendo-o melhor, bem como a si mesmo e ampliar seu vocabulário.


Cléo Busatto (2008) revela “[...] acredito numa educação onde está presente o afeto e não apenas o impulso profissional em repassar conhecimentos”. Contar histórias é uma atitude multidimensional: atinge o pensamento; forma leitores; sensibiliza o ouvinte; estimula o imaginário; resgata significados, mantém a História viva e alimenta o espírito. Enquanto uma história é contada, esta não pode ser interrompida, ao contrário das histórias lidas que permitem o diálogo, momento em que o professor ao mostrar as gravuras de um livro, além de fazer comentários, também os aceita.
                                
E você prezado leitor, quando criança alguém lia e/ou contava histórias para você? Você lê e/ou conta histórias para crianças? 

Permita-se ser tocado por histórias e passe a “tocar” as pessoas com suas histórias lidas ou, quem sabe, até criadas!

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