domingo, 23 de junho de 2013

SOPAS PRA QUEM QUISER!

*Professor universitário e mestre em Turismo e Hotelaria

Para celebrar a chegada do inverno nada como uma sopa bem quentinha! A fumaça branca e cheirosa saindo da sopeira abre o apetite e aquece as noites frias. Alimento leve e nutritivo, a sopa é sempre lembrada para sustentar o acamado, curar a ressaca ou compensar os dias consecutivos de alimentação pesada ou, ainda, para consolar os que sentem fome neste período de frio.

No menu completo, a sopa vem logo após a entrada; também pode ser considerada como primeiro prato ou apenas uma preparação do paladar para o prato principal. Está presente em todas as culturas alimentares; também pudera, desde os tempos mais remotos, quando o homem primitivo descobriu o fogo e ferveu a água, surgiu a sopa! Percebeu que podia tornar os alimentos mais macios para comer e a carne de caça mais saborosa ao cozinhá-la com ervas e outros legumes.

A sopa está presente na mesa do pobre e do rico como principal elemento da alimentação popular, sobretudo dos camponeses, num prato único e substancioso para a família toda, ou no repertório culinário da nobreza com caldos fartos em carnes, legumes e condimentados com muitas especiarias. O "toque de classe" na arte de prepará-las veio com a culinária francesa e italiana, que introduziu no preparo as massas e ervas aromáticas como tomilho,  orégano e a manjerona. As mais refinadas técnicas francesas batizaram os nomes das sopas com nomes de reis da aristocracia: crèmes, bouillons, bisque, veloutés, potage, consommés.

A base para uma boa sopa é um bom “fundo” (caldo), preparado artesanalmente com a mistura de cebola, cenoura e salsão, conhecida na gastronomia por mirepoix. Os fundos podem ser de frango, carne, legumes ou peixe, claros ou escuros, são usados para dar sabor e servem de base para molhos e outras preparações culinárias. Diversos são os ingredientes que podem compor uma sopa: favas, abóbora, alcachofra, alho-porro, ervilha, couve, rabanete, feijão, lentilha, palmito etc. Também é possível colori-las com açafrão para ficarem amarelas, leite para ficarem brancas, molho de tomate para a cor vermelha e também o nosso brasileiríssimo urucum (também conhecido como colorau), ou verdura para os caldos verdes.

Uma conhecida sopa italiana é o minestrone, originária da região de Gênova, preparada com hortaliças, feijão, batata, cenoura, abobrinha, tomate, espinafre e algum tipo de massa grano duro ou fresca e recheada, em alguns lugares substituída por arroz. Minestra (sopa) e one (aumentativo) ou seja, vulgo “sopão”. Lá no oriente, também muito conhecido, temos o missô-shiru; trata-se de um caldo temperado com missô, uma pasta à base de soja, guarnecida com tofu (queijo de soja) e cebolinha. Como não poderia deixar de mencionar uma sopa fria, até porque, mesmo no inverno, num país tropical, sempre há um veranico, me recordo do gazpacho, uma preparação espanhola de Andaluzia, feita de tomates, pimentão, pão, pepino, bem condimentada.

Muitas outras sopas famosas poderíamos citar, afinal, como já foi dito, elas estão presentes em todas as culturas. Diferentes maneiras de servi-las: do tradicional prato fundo, sopeiras individuais, bolls, canecas, xícaras, no pão italiano, em mini aboboras. Para guarnecer e incrementar, ofereça um bom azeite, bolinhas de manteiga, queijo ralado, pimenta do reino moída na hora, croûtons, torradinhas, grissinis e cebolinha.

Para testar sua habilidade, segue a receita de uma sopa creme que aprecio muito. Bom apetite!

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