quinta-feira, 6 de junho de 2013

ONÉDIO GARCIA

*Artista plástica, atriz e contadora de histórias
O artista, a arte e a natureza
Continuamos nessa caminhada no conhecer nossos artistas de Araçatuba. Hoje, gostaria de apresentar para vocês Onédio Garcia. Ele é Ecólogo de formação, com MBA em Gestão Ambiental pela Fundação Getúlio Vargas - FGV, e MBA em Educação Ambiental pelo UniSalesiano. Possui formação livre em cursos ligados às artes plásticas com artistas locais e com outros de municípios como Ribeirão Preto e São Paulo.

Onédio tem admiração por inúmeros artistas renomados e acredita que eles influenciaram fortemente em seu trabalho. Desde os primitivos artistas que deixaram marcas nas paredes das cavernas, passando por Da Vinci, Michelangelo, Van Gogh, Picasso, Rodin, Duchamp, Miró, Max Ernest até artistas contemporâneos.

Participou de várias mostras coletivas locais e em outras cidades. Tem como projetos pessoais em curso continuar fazendo arte e intensificar o trabalho com educação ambiental. Arte, para ele, é uma forma de expressão, é uma manifestação utilizando linguagem não convencional para comunicação.

Ele percebe que as artes, de modo geral, não recebem o tratamento que deveriam, a não ser que você já seja um artista de "prestígio" ou do eixo comercial. "Não basta ter talento; é muito difícil entrar no ciclo dos 'seletos grupos" das celebridades", queixa-se o artista.

No Brasil, nos vários movimentos artísticos, há aqueles que se destacam pelo maior poder de comunicação, como é o caso da música. Ainda que ela seja também bastante segmentada, com tendências distintas, atingem um público maior; coisa que não ocorre com as artes visuais, ainda muito encerradas em museus ou galerias de arte, sobretudo nos grandes centros comerciais.

Em Araçatuba, a presença das artes plásticas, assim como na região, parece sinalizar para a garantia de um espaço próprio, tanto para que o artista consiga se manifestar e se comunicar com um determinado público, quanto para os artistas que tentam fazer de seu trabalho algo rentável e que pague suas contas, dedicando-se exclusivamente à sua produção.

Onédio também acredita que ações por parte de gestores públicos, empresários e público em geral deveriam ocorrer para que o cenário mudasse. Acha natural que seja assim, "isto faz parte da nossa cultura, ou seja, somos um amontoado de povos que aqui foram se acomodando e tudo que queriam era apenas sobreviver", lembra do percurso histórico brasileiro com relação às artes. Por isso, segundo ele, a educação, nos seus mais diversos contextos, ainda não foi valorizada como excelência; entende que somos uma nação ainda sem identidade.

Desse modo, o artista vê alguns movimentos esparsos para valorização das artes; identifica algumas pessoas comprometidas com formação cultural de outras pessoas e, isto, para ele, é positivo, assim como é positivo o artista que faz arte pelo prazer de se expressar artisticamente, sem pensar em como seria um mundo ideal para o mercado, para o trabalho etc.

As formas orgânicas são constante em seu trabalho

Não sabe se o mundo precisa da arte, mas acha que ela pode ser uma forma de comunicação muito contundente. Cita como exemplo a melancolia presente nas obras de Van Gogh, como em “Campo de trigo com Corvos”; ou a tragédia da guerra em “Guernica” de Picasso, isto para citar apenas dois exemplos. Mas também nas Sinfonias do Bethoven, nas músicas de Caetano Veloso, Milton Nascimento, ou na dança de Deborah Colker etc...

Formas abstratas e orgânicas

Com relação ao seu próprio trabalho, diz que o melhor que produziu até hoje foi espontâneo. Tudo que buscou direcionar, por qualquer motivo que fosse, não ficou natural, não fluiu. O trabalho de Onédio dialoga com o tridimensional, "mas não é aquele negócio de ir lavrando um material até chegar numa peça acabada", ressalva. É um trabalho com sobreposições, algo parecido com a colagem, em que vai juntando parte de materiais até chegar no resultado desejado.

Peças de descarte são resgatadas 

Não produz muito, já que divide o seu tempo com outras atuações profissionais, além das artes plásticas. Por isso mesmo, é quase desconhecido da população e de consumidores de arte. O que fez até então foi pelo prazer mesmo de fazê-lo e gostou muito de ter feito o que fez até hoje, apesar de não ser comercial.

Bem, é isso! Até a próxima semana com mais um de nossos artistas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário