Ao pensar em qual seria o próximo
tema a relacionar com a sétima arte, busquei no imaginário e, imediatamente, me
ocorreu “por que não o Figurino dos filmes?”. Quem não se lembra dos ternos e
sapatos que John Travolta usou em Os
Embalos de Sábado a Noite (1978)
e do chapéu de Indiana Jones (1984) que sacramentou o seu estilo?
Há filmes que tornam seus figurinos inesquecíveis, sem contar os bons
resultados de bilheteria, prêmios, fãs, seguidores e glamour. É isso mesmo, o
Cinema dita a moda. O que se vê é a união de duas indústrias: Moda e Cinema.
Essa dupla se tornou infalível para o sucesso das produções cinematográficas.
O assunto exige muita pesquisa por
parte da equipe responsável, e o Cinema com seu jeito próprio percorre vários
ambientes compartilhados, seja nos documentários ou nas ficções e, sem exceção,
essa relação esbarra no universo fashion,
apresentado por meio dos figurinos criados para os personagens/atores.
Simplificando o assunto, um figurino bem elaborado – de acordo com a
proposta das cores, moldes, cenários e acessórios – tem papel decisivo no
resultado do filme. E, não à toa, que o Oscar (a mais importante honraria da
sétima arte) premia a categoria Melhor Figurino desde 1948. Vale lembrar que
nem sempre o melhor figurino garante o sucesso de bilheteria, mas ajuda muito.
Alguns figurinos conseguem marcar por
longa data nossa memória, como o vestido esvoaçante que Marilyn Monroe usou ao
interpretar uma garota em “O
pecado mora ao lado” (1955).
Mesmo que não tenha assistido ao filme, com certeza vai se lembrar da cena.
Os filmes, de modo geral, apresentam
a moda por meio de seus trajes, sejam eles vestidos clássicos, ou as jaquetas
irreverentes, as calças cigarretes, ou ainda nos cortes e penteados de cabelo,
cada um à sua época e ao seu papel de fio condutor do modismo. Em A Dama de Ferro (2012), a cor azul foi predominante nos
modelos de Margaret Thatcher –
vivida por Meryl Streep. Entretanto, o legado de sua vaidade fica por conta da
perfeição no cabelo; sem descuidar um minuto dos penteados, criou sua
assinatura de estilo e postura inabalável.
O cinema pode ser considerado como
uma sala de aprendizagem, não só da moda, mas de outros aspectos culturais.
Comparo-o a uma colcha de retalhos, em que cada profissional, com sua
particularidade se relaciona com o filme. Pra dizer que roupa o personagem deve
usar, o figurinista lê o roteiro e, junto com o diretor de arte, pesquisa e
cria a roupa indicada aos personagens; ele pensa na ação do ator em cena,
determina o tempo e espaço da trama cinematográfica, a época em que
tudo acontece etc... A expectativa criada pelo figurinista tem que ser desvendada
pelo espectador, que vai interpretar as indumentárias, os acessórios, os
penteados e o composê que se forma na criação do figurino. É aí que nossa
imaginação vai longe..... Os filmes de época traduzem bem isso, com a sensação
de encanto e sedução que pertinentes ao tempo onde ocorre a história. Assim
como as produções dos filmes evoluíram, os figurinos também marcaram sua
trajetória nessa combinação, que já vem de longa data.
E aí vão algumas películas que
marcaram presença com seus figurinos: o clássico do cinema infantil, Alice nos País das Maravilhas (2010) foi regravado e contou com
peças em seu figurino nas quais o capricho nos detalhes, com ar sombrio e
de suspense, levou a figurinista (a
mesma de Chicago) a tomar o cuidado em demonstrar Alice,
diferente das que são comercializadas, como fantasia e, ainda, lidar com a
presença da computação gráfica. O resultado foi o melhor possível. O filme
levou a estatueta do Oscar em 2011 de melhor figurino.
Em 2006, O Diabo Veste Prada, com um
enorme sucesso de bilheteria, foi uma adaptação do best-seller que leva o mesmo nome. Baseado na
história de uma assistente pessoal da famosa editora da revista Vogue
americana. Anne Hathaway vive a inocente assistente de Miranda (a editora
megera), interpretada pelo ícone do cinema atual, Meryl Streep. O show
fica por conta do disputado e luxuoso mundo da moda e das maravilhosas
produções de marcas famosas como: Hermès, Chanel, Vivienne Westwood e lógico,
Prada.
Ainda em 2006, Zuzu Angel, com produção
brasileira, retrata nesse comovente filme a fama e o reconhecimento da
estilista brasileira Zuzu e, ao mesmo tempo, o sequestro de seu filho (ativista
contra a ditadura) pelo Centro de Informações da Aeronáutica. Vale a pena ver!
A década de 1980 tem o destaque de Os Intocáveis, em 1987, que
mostra a releitura do figurino dos gângsteres que, envolvidos em seus ternos
impecáveis de Giorgio Armani, combatem as atividades ilegais de Al
Capone, na época da lei seca em Chicago.
Audrey Hepburn brilhou em 1961 com o
célebre filme Bonequinha de
Luxo, em um de seus mais
importantes papéis, usando o
famoso vestido preto, na abertura do filme. Peça que foi leiloada em 2006 por
cerca de U$ 800, sendo o segundo maior preço alcançado em leilão por uma peça
do cinema.
E o vento levou..., em 1939, marcou época (sempre vale lembrar) com produção americana, que narra o
romance conturbado entre uma jovem mimada e um homem riquíssimo. Os vestidos da
personagem principal Scarlett O’Hara, interpretada por Vivian Leigh, mostra com
riqueza os detalhes e evolução das peças durante as cenas. Com certeza são
vestidos que instigam o universo feminino.
Nos musicais, o ritmo lança a ideia
das vestes, que deve permitir o enlaçamento perfeito entre ator, personagem,
roteiro e nuances. Em Moulin
Rouge – Amor em Vermelho (2001),
estrelado por Ewan McGregor e
Nicole Kidmam, levou também o prêmio do Oscar de Melhor Figurino.
Por hoje é isso. Desejo que continue
cinemando e aproveite para escolher em qual estrela seu guarda-roupa será
inspirado, porque esse assunto dá pano pra manga.... Até mais.
O que tá rolando:
AMOR (2013)– O filme é da Áustria e, com 5 indicações ao Oscar, levou a
estatueta de Melhor Filme Estrangeiro. Por contar a história de um casal de
idosos o drama conquistou a crítica cinematográfica.
O que já rolou:
Orgulho e Preconceito (2006) – Romance que narra a trajetória de cinco irmãs que buscam um
bom casamento em meio a tumultuada relação entre Elizabeth e Darcy.
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