segunda-feira, 1 de abril de 2013



À minha amiga, Marisa Mattos.

Conheci a Marisa quando tinha 9 ou 10 anos de idade, a partir de uma ação que ela desenvolvia na 2ª Igreja do Evangelho Quadrangular - IEQ, com crianças carentes dos bairros Rosele, TV, Primavera e Planalto. Por meio de musicais e coros infantis e juvenis, atraía crianças e adolescentes que, no lugar de ficarem “soltos” nos sábados à tarde e domingo de manhã, enchiam o salão da igreja cantando, dançando, interagindo umas com as outras no mais perfeito louvor.

Era rigorosa com tudo: horários, dedicação, assiduidade, envolvimento com o grupo, reverência para com o lugar onde estávamos; só que aquele rigor de mãe que, apesar de ralhar com o filho, não deixa a generosidade e o respeito na correção.

Depois, passamos a trabalhar juntos, ainda no ministério da igreja. Sob convite dela, integrei a Coordenadoria Regional de Crianças e Adolescentes da IEQ e, juntamente com tantos outros que a rodeavam e a seguiam, fizemos um trabalho bem bacana durante alguns anos com grupos infantis e de adolescentes de Araçatuba e região.

Meu ingresso no magistério também teve uma ajudinha dela. Nas muitas conversas e convívio que tivemos em sua casa no Rosele, assim como na igreja, já via em mim certa tendência ao ensino e, não raras vezes, me indicou à sala de aula.

Depois que ingressei na Rede Municipal de Ensino de Araçatuba, passamos a trabalhar juntos, a conviver profissionalmente. Sempre fiz questão de referendá-la em minha formação, sobretudo também pelo percurso que ela teve na Educação. Uma pessoa simples, que iniciou a carreira como servente escolar e que ascendeu profissionalmente com muita dedicação e luta.

De personalidade forte e de caráter ímpar, para discutir o que quer que fosse com ela eram necessários argumentos fortes, manejo nas palavras, porque não admitia engodos e prolixidades.
Se no dizer popular, “todo mundo vira santo depois que morre”, isso não vale para Marisa. Quem a conheceu e teve o privilégio de conviver com ela, sabe a qualidade de ser humano e de profissional que eram peculiar.

Nesta sexta, da paixão, ela partiu. No sábado, foi enterrada com a presença de muitos de seus amigos e familiares. Hoje, domingo, quando celebramos a ressurreição de Cristo, o grande mestre que ela seguia de perto, também fica a certeza de que a Marisa não morreu, mas ressurge, a partir de agora, na vida de cada criança que ensinou, de cada professor e professora, diretoras e demais colegas coordenadoras com os quais trabalhou, deixando sempre a marca inegável de um ser humano incrível e um profissional que faz qualquer educador se sentir bem representado.

Vá com Deus, minha amiga. E até logo.

2 comentários:

  1. Marisa era uma amiga querida.
    Participante, mantinha o blog do Lauro uma verdadeira joia. Poucos na educação podem comparar-se a ela. A educação de Araçatuba perde uma grande profissional e nós perdemos uma excelente pessoa.
    Forte Abraço.

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  2. Não tenha dúvida, meu amigo... Perda irreparável para todos nós.

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