segunda-feira, 18 de junho de 2012

Olha pro céu, meu amor

Antonio Luceni





As festas juninas chegam num momento do ano para anunciar coisas boas. Quando as bandeiras começam a pintar os bairros das cidades, quando o colorido dessas flâmulas invade as quadras de escolas e centros comunitários por todos os cantos do país, um clima de festejo toma conta de nossa vida. É cheiro de pipoca para tudo quanto é canto, músicas e danças embaladas por sanfonas, triângulos e zabumbas, doces dos mais variados sabores, chitões e mais chitões em toalhas, roupas, decorações...


E as quermesses, então? Hum... leitão à pururuca, frango assado, cural, pamonha, quentão, canjica, pastel, maçã do amor... “23, 74, 55... opa! Quem tá na boa?”. As quadrilhas são um show à parte. Coreografias e mais coreografias, de criancinhas a marmanjões, todos vestidos a caráter para brincar, pular, rir.


Também as brincadeiras estão presentes: barracas de tudo quanto é coisa, casamentos dos mais bizarros, prisão do amor. Ah, a prisão do amor... Quantos namoricos – e até casamentos de verdade – não começaram na prisão do amor. Era um jeito de arrancar o primeiro beijo, de dar o primeiro abraço gostoso, mais demorado...


As festas juninas foram e continuam sendo um momento especial no ano para relaxar, para romper com a sisudez e monotonia das aulas, promover o congraçamento entre as equipes escolares, líderes e moradores de bairros, entrosamento entre grupos empresariais e seus funcionários etc.


Há festas juninas tão famosas, como as de Campina Grande, na Paraíba e Caruaru, em Pernambuco, que levam gente de todos os cantos do Brasil – e até do exterior – para seus arraiais, promovendo um grande intercâmbio de culturas.


É também, e não tenham dúvida, uma festa religiosa, em que três santos católicos são homenageados: Santo Antônio, São João e São Pedro. Santo Antônio, celebrado no dia 13, é o santo casamenteiro, por isso as mulheres e homens solteiros é que mais divulgam seu dia e cuidam de sua festa; São João é o santo mais festeiro, por isso em seu dia a música, a dança e os fogos são presença marcante no arraial, comemorado no dia 24; São Pedro encerra a festa no dia 29, sendo prestigiado principalmente pelas viúvas e pescadores, já que é o protetor destes, mas também é o santo que guarda as portas dos céus, então, já viu né?, quem não quer entrar no céu?! Ficam todos envolvidos com o santo.


Mas, além de uma festa religiosa – e já o era assim antes de tornar-se cristã – é uma festa pagã, de celebração da alegria humana, da diversão gratuita, sem nenhum compromisso que não seja a diversão, a confraternização, o entretenimento. Afinal, já pulamos tanto o ano todo para tantas coisas não muito agradáveis, que não custa nada, nesse momento, pularmos de alegria, nos fartarmos com boas comidas e bebidas e enchermos nossa vista com o colorido bonito de roupas, bandeiras e fogos.






Antonio Luceni é mestre em Letras e escritor. Membro e Diretor de Integração Nacional da União Brasileira de Escritores – UBE.

TENHAM FÉ EM ANTONIO...


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