quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Steven Jobs

Antonio Luceni

Confesso que não sou nenhum nerd tecnológico e que também minha relação com a informática e com as novas tecnologias é bastante prática. Sei o que preciso saber sobre as funções básicas de um computador, televisão, vídeo, celular, câmera digital, tablete etc. e mais que o suficiente para interagir com meus pares da velha e novas gerações.

Nunca fiz um curso de informática. Também nunca precisei de orientações mais profundas de ninguém para desenvolver e apresentar meus projetos em word, power point, excel... Com relação às novas mídias e linguagens, possuo três blogs, facebook, orkut (mas já está em desuso!), twitter (não consegui me envolver muito com ele), skype, três e-mails e comecei flertar com flicker e fotolog, mas logo os abandonei.

E isso tudo é uma beleza. De onde estou posso mandar e receber coisas, buscar informações com uma precisão danada, interagir com gente em outra cidade, estado ou país do mundo apenas num clique, e de graça.

Antes, para se montar uma simples folha de exercício ou avaliação, ficava horas selecionando coisas em livros e revistas, outro tempo danado numa livraria para tirar xerox, depois mais um tempão recortando e colando coisas (às vezes, uma página inteira ia para o lixo só para se aproveitar uma imagem ou legenda dela) e, por último, mandar reproduzir a quantidade de cópias necessária.

Hoje, em apenas algumas horas, já montamos tudo, consultando páginas e lugares dos mais diversos do mundo, somente com alguns cliques.

Antes, comprávamos rolos e mais rolos de filmes Kodak para tirar fotos de férias, aniversários, casamentos e formaturas e, depois meses, levávamos para uma ótica para "revelar" o dito filme, torcendo para que nenhuma foto tivesse queimado. E, confirmando a lei de Murphy, sempre queimava a de que a gente mais gostava.

Hoje, tiramos centenas de fotografias numa câmera digital, escolhemos as que queremos imprimir ou não, e ainda com a opção de editá-las, tirando ou acrescentando coisas, invertendo-as, classificando-as etc... Com celular resolvemos nossa vida: fotografando, mandando e recebendo e-mails etc...

Só por estes motivos já deveríamos agradecer a presença desses caras que dedicam suas vidas para nosso conforto e aprimoramento laboral. Só por estes motivos, ambientalistas poderiam agradecer pelas árvores não cortadas e pelas folhas de papéis economizadas com a presença das informações "virtuais". Só por estes motivos, nós poderíamos agradecer pelas ausências supridas e saudades amenizadas, pela otimização e democratização da informação e tudo mais.

Mas é preciso agradecer por mais. É preciso agradecer por vidas como a de Steven Jobs terem presença em nossas vidas com toda a capacidade e criatividade de que o ser humano é capaz. De alguém que, pela sua história, poderia ficar pelos cantos se maldizendo ou reclamando de tudo, mas que fez, esse sim, do limão a limonada. Por saber que o pobre também é capaz de pensar, de criar, de fazer diferença na vida das pessoas. De saber que aquilo que um despreza, desvaloriza, pode ser alegria de outros.

Tenho comigo uma coisa, uma ideia fixa: pessoas dessa envergadura não deveriam morrer. Ao menos, não tão cedo, porque fazem bem ao mundo, porque fazem bem ao seu semelhante, porque a presença delas na Terra é algo compensador, profícuo para todos.

As maçãs ficaram menos agradáveis sem a presença de Jobs por aqui.

UM DOS DISCURSOS DE JOBS: BRILHANTE:

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