sábado, 30 de maio de 2009

A FÁBULA DO PORCO PIG


Antonio Luceni
aluceni@hotmail.com

Era uma vez numa terra nem tão distante assim, na terra dos araçás, um certo porco chamado Pig. Ele vivia rodeado por muitos outros bichos.
Tinha o pavão que era exuberante e vivia sendo perseguido por Pig porque era bonito. E Pig tentava ser igual ao pavão, mas não podia abrir a calda... coitado do Pig, só tinha um rabinho de nada, e ainda por cima torto.
Tinha a coruja que era muito inteligente. E Pig tentava ser inteligente como a coruja. Bastou a sábia ave entrar no mestrado que Pig foi correndo atrás. Tentou uma, duas, três, quatro vezes... mas não conseguiu. Acabou tendo que pagar para fazer o curso... e quanto tropeço para tentar sair dele... uma hora sai.
Tinha, ainda, uma linda borboleta que encantava a todos com suas cores e delicadeza. Você sabe, borboleta gosta de liberdade e, por isso, dá liberdade também para os outros. E assim foi com Pig; recebeu tanta liberdade da dona borboleta que abusou várias vezes dela. E a danada da borboleta sempre com muitas doses de amor. E o Pig? Ah, esse só com rancor e traição. Se pudesse teria arrancado as duas asas da borboleta. Ainda bem que ela fugiu a tempo do porco traidor.
E assim Pig perseguia todos os animais da floresta. Certa vez irritou tanto o cachorro que num ataque de raiva saiu arrancando as penas da dona ema. Coitada da avestruz, não tinha nada com isso... mas era o bicho que estava mais próximo do cão.
E Pig não se contentava em atormentar seus colegas animais e de tanto atazanar a todos, os mais legais se distanciaram dele. A partir daí começou a se relacionar com bichos, digamos assim, um pouco mais perigosos... como a cobra, por exemplo.
Pig virou carne de porco, literalmente falando. Sabe por quê? Porque a cobra deu um bote nele e ele, sem poder se defender, ficou durinho, todo envenenadinho, gritando com seu focinho...
E o melhor para fazer com carne de porco? Fritar tudo, num tacho bem quente de óleo e depois servir para os outros bichos. E todo mundo comendo o Pig e dizendo: “Coitado do porquinho, que não soube aproveitar direitinho o que a vida lhe ofereceu!”

Moral da história: é melhor viver direito com os outros para não virar jantar deles!

Antonio Luceni é professor universitário e escritor, membro da União Brasileira de Escritores – UBE.

Um comentário:

  1. Moral da "estória" 2:

    Antes ser uma cobra assassina do que uma borboleta sem asas.

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